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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SUA BÊNÇÃO, MESTRE URSULINO! DM 4/12/10

SUA BÊNÇÃO, MESTRE URSULINO!

Lêda Selma

A Academia Goiana de Letras instituiu 2010 como “Ano Cultural Ursulino Tavares Leão” em homenagem ao acadêmico que militou tanto na educação e na política, quanto na advocacia e, ainda hoje, ativamente, na literatura, sempre se destacando pelo talento e sensibilidade. Romancista de ponta, poeta de estações e cronista de verve cheia (que o digam suas crônicas no jornal O Popular) Ursulino é um intelectual de posturas claras e sérias, homem de invejável caráter e grandeza de espírito, e seu senso inovador jamais lhe permitiu abster-se de enfrentar desafios e adversidades. Tudo isso converteu-se em respeito e admiração de todos aqui e acolá.
Vários eventos, no decorrer do ano, reverenciaram o ilustre escritor, que presidiu, por 16 anos, com entusiasmo, competência e empreendedorismo, a Academia Goiana de Letras; como membro da Casa, é um dos mais assíduos.
Cidades como Crixás e Anápolis promoveram solenidades focadas na trajetória de vida e na obra literária do homenageado. Em Crixás, foram muitas as festividades e até uma escola ganhou seu nome. Em Anápolis, após saudado por vários oradores, em calorosas falas que realçaram seus feitos como escritor, professor, advogado, político e até fazendeiro, enfatizadas, naturalmente, suas notáveis qualidades humanas,
a prefeitura outorgou-lhe o troféu “Mérito da Cidadania”, distinção conferida apenas aos que se destacaram nas diversas áreas de desenvolvimento do município, com atuações marcantes em benefício da comunidade.
O ápice da sessão, entretanto, ainda aconteceria, protagonizado pelo prefeito Antônio Roberto Gomide, que propiciou a Ursulino o momento mais emocionante da solenidade: a revelação de que o nome de seu filho Tomás foi uma homenagem ao amigo de infância, Tomás, o primogênito de Ursulino, que se estrelizou há alguns anos, coincidentemente, em um 30 de setembro, no limiar da primavera. Tal surpresa mudou o compasso do coração ursuliniano.
Com a emoção à flor dos olhos, Ursulino Tavares Leão ofereceu o troféu à Lara, filha de Tomás, que o recebeu sensibilizada; em seguida, bastante comovido, enfatizou o significado e a importância de tamanha homenagem, invocando a lembrança de sua mulher Lena, partícipe de todos os momentos que construíram sua história, e a quem devota, como já é notório, além da imensa saudade, um amor à prova de tempo, de saudade, de dor e de morte. Lena eternizou-se no coração apaixonado de Ursulino Leão, que deixa a alma voejar pelo parnaso da poesia para reverenciar a mulher amada, muitas vezes sob as bênçãos verdejantes da fazenda São João, também personagem constante de suas crônicas.
A referida sessão, outra vertente das várias comemorações alusivas ao “Ano Cultural Ursulino Tavares Leão”, realizada no gabinete do prefeito anapolino, começou com música, na voz da cantora Goiana Vieira, e encerrou-se também com música, nos acordes do violão de Cláudio Lima, professor da Escola de Música da Prefeitura de Anápolis.
Após a solenidade, Nazaré, irmã do homenageado, convidou os acadêmicos presentes para um coquetel em sua casa – ressalte-se, delicioso! –, o que aconteceu numa atmosfera de alegria e de fraternização. “Leãozinho”, assim chamado carinhosamente na intimidade, estava feliz, e seus familiares e confrades, orgulhosos. O Ano Cultural, que ostenta orgulhosamente seu nome, dimensionou, uma vez mais, o prestígio desse renomado intelectual, que tanto dignifica a história sociocultural e política de Goiás.
Ah! em clima de euforia – claro!, o Verdão da Serra despertou de um longo estado letárgico, e caminha, em grandes passadas, para seu maior momento, marco histórico, a conquista do título de Campeão da Copa Sul-amerticana, como representante do Brasil! – faço, também, nesta crônica, minha homenagem ao especial amigo Ursulino, o querido Leãozinho, que tantas lições já me repassou nesses tempos de estreita convivência. E o curioso: embora as festejações sejam todas para o dileto confrade, a presenteada fui eu: Ursulino, num gesto máximo de afeto e carinho, transferiu-me a “guarda” de uma relíquia da língua portuguesa, presente de seu pai, em 15/6/1938, o “Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa”, de Cândido de Figueiredo, editado em Lisboa. Sem palavras, meu mestre! Apenas, peço-lhe a bênção.

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