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sábado, 13 de agosto de 2011

POEMAS DE LÊDA SELMA

RUÍNAS









Há um poço de fundura íngreme,
um abismo em teu olhar.
Um vazio metálico, punhais
e um medo mais profundo ainda.


Rios escondem luares
e ruínas de noites, em teu olhar;
e meu olhar penetra a solidão
que neles busca sossego.

Um jeito triste de névoa
e turbulências de dores
desamparam teu olhar,
que não sobrevive ao meu.

Há um poço de fundura íngreme,
pedras de corte,
farpas e chispas, em teu olhar.
E um abismo entre nós.

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VOLTA




Esta clareira aqui, sob o peito,
tem vazios, valas, lonjuras
e fósseis de amores tardios.

Nem mais ouço os alaridos
de minha carne chamuscada
sobre as peliças de outrora.

Mas sinto o rodopio do vento
grimpar ladeiras e flancos,
com a saudade nos ombros.

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TEMERIDADE








Pelos vãos de meus dedos,
passam cismas, fogem tramas
e sossegam pensamentos,
todos, crias do acaso.

Nos vincos de minha boca,
beija-flor colhe palavras
e poliniza saudades
que se foram nas tramóias
dos ocasos de passagem.






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